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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Morrer?

“E se eu morrer hoje, quem sentira a minha falta, quem se lembrara de mim, quem falara de mim. A verdade é que com o tempo eu serei esquecido, morrerei em carne, morrerei em lembranças como muitos morreram. Já se foi o tempo de bravuras que serão lembradas pela eternidade. Então do que vale a pena viver, se nos esforçarmos e damos o melhor de nos, alguma coisa de ruim acontece, se confiamos e amamos, somos traídos ou deixados, algo sempre esta tentando nos derrubar. Porem a sempre alguém disposto a nos levantar, e o mais engraçado é que não importa se somos bons ou maus, se prestarmos atenção existe alguém que quer nos ajudar, mesmo não sabendo os motivos.
E se eu morrer agora, não será o mundo que perdera com isso, talvez alguns chorem e outros sofram, mas de alguma for irão superar, se eu morrer agora, será eu a perder a chance de me erguer, a chance de erguer alguém, de amar de novo e de novo, de fazer a diferença, não na humanidade, mas em mim e em quem esta a minha volta. Então eu não posso morrer, pelo menos não agora!”

Marcus - O Andarilho

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Memória Perdida


Eram épocas de trevas, um futuro que ninguém esperava, um único mago detinha todo o poder, ninguém sabe como ele conseguiu isso, pois de alguma forma a magia não o consumia como os magos normais, pois essa era a limitação deles.
Ele conjurava feras jamais vistas, criava demônios a sua vontade, os mortais comuns que eram totalmente cegos a essa realidade passaram a ver tudo, o caos tomo conta de tudo.
Inimigos se uniram para poder destruir esse tirano, vampiros, licantropos, magos, andarilhos, até Abdul-Basit e os Doze travaram essa batalha, essa que durou noites a fim. Enquanto, muitos lutavam dois magos buscaram nas duas grandes bibliotecas sabedoria para poder derrotar esse mal, um foi em busca da Biblioteca de Alexandria enquanto o outro procurou pela Grande Biblioteca.
Depois de meses de busca apenas um retornou, porem foi o suficiente, esse havia adquirido o poder necessário para acabar com a guerra, mas havia um preço caro a pagar. Ao chegar ao campo de batalha, poucos estavam vivos, os vampiros haviam abandonado a guerra e o maior grupo que ainda resistia era a dos lobos, e foi esse grupo que escoltou o mago ate o meio do campo de batalha e no meio do confronto ele conjurou a sua maior magia, a qual consumiu  a sua vida, ele fez o tempo volta, muitos anos, anos antes da guerra, mas antes ele havia feito um acordo com o grupo de licantropos que havia lhe ajudado, eles teriam um lugar para ficar, um lugar onde ninguém os incomodassem. O mago também pediu a um que estava na batalha que matasse esse mago antes que ele conseguisse todo o poder novamente.
E assim foi feito, o tempo volto e os únicos que se lembram do ocorrido são os lobos que fizeram parte do acordo e o desconhecido que tinha como objetivo impedir o surgimento desta força.
Essa foi a maior guerra já travada e jamais lembrada.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A caçada - A grande Biblioteca parte 4

Ja faz três dias dês do ataque dos homúnculos, não tivemos nenhum confronto nesse tempo, Murioce esta o tempo todo vasculhando ao nosso redor com magia para ver se algo esta nos seguindo. Não me comunico com Marcus dês que ele me pediu ajuda, ja tentei algumas vezes, mas é como se ele não existisse, já estou ficando preocupado, porem se algo tivesse acontecido a ele eu saberia por causa do nosso elo mental.
Murioce me explica que também posso usar magia e que isso me deixaria mais forte, mas que primeiro eu deveria descobrir qual seria o meu caminho, de que elemento eu iri retirar minha energia, como essa iria se manifesta e qual o preço que eu pagaria por ela.

- Qual é o fonte da sua magia Murioce?

-Eu retiro a minha energia da luz do sol e da minha própria vida, mas não aconselho minguem a fazer isso. Foi algo que aprendi com o meu pai.

Fico assustado, ele retira energia vital para fazer magia, como ele pode estar vivo, deve ser por isso que ele dorme de três em três horas, deve ser uma forma de ele repor energia.

- O seu pai era mago?

-Sim, sou filho de um mago com uma amazona, minha mãe foi morta logo apos ao meu nascimento pela sua tribo, meu pai conseguiu me salvar.

Espero mais alguns minutos antes de fazer outra pergunta. Estamos montando acampamento de baixo de uma grande arvore, foram dois dias inteiros de viagem sem descanso, a não ser as cochiladas de Murioce.

- Como é possível você retirar energia da sua vida para magia e não morrer?

- É por causa da minha fonte, eu me alimento da luz do sol, porem essa energia exige muito do meu corpo, assim eu a substituo pela minha energia vital, assim toda a energia vital que eu gasto com magia eu a reponho com a energia da luz do sol. Se eu tentar usar a energia da luz de forma direta eu ficarei muito debilitado.

- Foi isso que você fez contra os homúnculos, certo?

-Sim mas eu só usei uma pequena parte do meu poder, e deu no que deu. Meu pai me ensinou a controlar a minha energia vital e utiliza-la, por isso que tenho que dormir em intervalos de tempo curtos assim posso reabastecer a minha energia vital e também não necessito durmir muito a noite.

Fico pensando qual seria a minha fonte de magia, e qual seria o preço que pagaria por usa-la. Começo a preparar o jantar, Samantha não nos deu muita coisa mas é o  suficiente para fazer um ensopado de coelho, que |Murioce havia caçado.

-Quais são as outras fontes de energia, e como eu faço para descobrir a minha? - pois dependendo do preço não sei se quero tentar, mas não falo isso a ele.


-Pelo o que eu sei, quase tudo pode ser uma fonte de energia, luz, terra, água, fogo, ar, coisas como sentimentos, amor, ódio, qual quer coisa, des que você tenha contato direto com a fonte, e nem sempre a magia pode ser usada para ataque como no meu caso.

-Mas o que pode acontecer?

-Sei la, você poderia, por exemplo, apenas poder curar, fazer surgir plantas o fazer comida, tudo é possível. Para sabermos qual é a sua fonte eu terei que fazer alguns testes com você, mas faremos isso apos a janta.

Termino de fazer o ensopado, comemos bastante para poder repor energia, em seguida guardo as sobras para uma próxima refeição. Decidimos dormir um pouca antes de fazer os testes, fico apreensivo com o teste mas consigo pegar no sono. No meu sonho vejo Marcus, ele esta amarrado em um quarto escuro, estou confuso, é como se eu fosse ele, sinto cheiro de cachorro molhado e de carne podre, o que aconteceu com ele, uma porta se abre mais ao fundo, um lobo enorme entra na sala, não consigo enxergar direito por causa da luz que vem da porta, mas conforme a besta vem em minha direção ela vai tomando outra forma, uma forma humana uma mulher. Nesse momento sinto meu corpo balançando e acordo.

-Vamos caçador, saia desse sono. -Murioce estava tentando me acordar, provavelmente o meu corpo estava reagindo a minha visão.

-Marcus esta em perigo, mas não sei onde ele esta, não sei o que fazer.

-Faça o que lhe foi pedido, e mantenha a calma, eu pudi ver um pouco da sua visão e não creio que ele esteja correndo perigo.

-Como não, se você viu mesmo, sabe que aquilo era um lobisomem, bom nesse caso uma, mas mortal da mesma forma.

-Bom não creio que amarrar vítimas sejam feitos de lobisomem, por isso fique calmo.

Murioce tinha razão, essas bestas não pensam  no que fazem mas aquela esta muito calma. Murioce me chama para uma clareira a alguns metros do acampamento.

-Esta pronto caçador, vamos começar os testes, e só para saber, não sera nada confortável.

Cada vez mais me arrependo das minhas escolhas.  

domingo, 5 de junho de 2011

A caçada - O fim da calmaria.

- O que você faz aqui com ele? Só veio me trazer problemas, sabia que não devia ter te ajudado.


Samantha parecia muito brava, andava com a sua cadeira de um lado para outro tentando arruma um lugar para deixar o Murioce. Eu estava muito preocupado com os homúnculos, e se eles nos seguiram, isso traria muito problemas para Samantha.


- Me desculpe, eu não sabia a quem recorrer!


- Por que não foi atrás daquele seu amigo, é por causa dele que você esta nessa situação. E além do mais o que eu poderia fazer olha pra mim eu estou aleijada, eu não poderia ajudar em nada se houvesse uma batalha aqui, eu seria um estorvo.


Eu não sabia o que dizer a Samantha, ela estava certa, eu só traria problemas para ela, mas não tive escolha, Murioce é o único que conhece o caminho para a grande biblioteca e eu não posso deixar ele morrer.


- Me escuta Samantha, eu só preciso dar um jeito de curar ele. Nos fomos atacados por uns caras estranhos, eles podiam se transformar em animais eram rápidos e quando assumiam a sua forma verdadeira eles não tinham expressão alguma.


Samantha fica apreensiva, vai rapidamente para a janela e observa se a alguém suspeito, em seguida fecha todas as janelas e cortinas.


- No que você se meteu Joe, esses que você acabou de me descrer são os homúnculos, criação da sede de vingança do Abdul-Basit, se eles estão aparecendo quer dizer que ele começou a sua vingança.


Eu já havia ouvido falar sobre ele, mas achei que era apenas uma lenda, Abdul-Basit jurou matar todos os doze iluminados. Mas se isso for verdade o que eles queriam com Murioce?
Samantha havia preparado um estrato de ervas, que fedia muito, para passar nos ferimentos de Murioce, nos ja havíamos retirado todas as farpas que estavam em seu corpo e colocado uma tala em sua perna quebrada.


- Murioce se cura rápido por causa da magia, mas ao julgar pela cor pálida da sua pele, foi a magia que o deixou fraco desse jeito. - disse Samantha.


- Ele estava cercado por muitos homúnculos, eu não sei muito bem o que aconteceu a ele.


Já fazia duas horas que estávamos esperando alguma melhora, alguns ferimentos já haviam se curado, era espantoso como a magia agia em sua recuperação. Depois de mais algumas horas Murioce começou a acordar.


- Obrigado Samantha...


- Como você sabe? 


- Não seja tolo caçador, eu estava inconsciente mas pude ouvir tudo o que vocês disseram, e o que mais me preocupa é que Samantha confirmou o que eu já  temia, Abdul-Basit.


- Como eu queria estar errada, eu escuto essa historia desda época que vivia no Egito quando ainda era uma andarilha.


Murioce se levanta remove a tala da perna, ela já estava curada, assim como  quase todos os outros ferimentos, mas ele ainda estava fraco, a magia havia exigido muito dele.


- Vamos logo caçador, eu não posso me demorar, temos que chegar o mais rápido possível na Grande Biblioteca, temo que Abdul-Basit ja saiba a sua localização e por isso mandou seu cervos me atacarem, para que eu não possa tentar impedir-lo.


Rapidamente juntamos nossas coisas para poder sairmos, Samantha nos dera mais um pouco de extrato de ervas,caso a gente viesse precisar, e um pouco de comida para a viagem.
Antes de sair agradeço a Samantha.


- Muito obrigado Samantha, eu juro que lhe recompensarei por isso.


-Não se preocupe Joe, eu vou cobrar.


Murioce e eu saímos rapidamente da casa de Samantha, Murioce havia dito que iríamos seguir até o mar Adriático, sinto que vou me arrepender de ter aceitado ajudar Marcus mas não posso volta atrás agora .
Seguiremos viagem de pelo menos uma semana de caminhada, não podemos pega nenhum transporte e arriscar um confronto com outras pessoas por perto, além do mais podemos correr mais rápido que qual quer carro. 


- É Joe, esse é o fim da nossa calmaria.


-Como assim?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A caçada - A grande biblioteca parte 3 - Fuga

Foi quase duas horas de espera, não sei o que ele fazia, em certos momentos parecia estar dormindo, mas der repente o canto da sua boca mexia como se para me mostrar que ainda esta me analisando, eu não podia esperar mais.

Levanto-me e vou ate a sua direção, quando fui tocar em seu peito para te chamar em um movimento rápido ele segura o meu braço, abre seus olhos e me olha no fundo dos olhos.

- Rouger Mc. Dauguer, eu posso confiar em você, quando chegar a hora fará o que é certo?

Não sei por que ele me chamou por esse nome, esse que eu não ouvia há muito tempo e desejava nunca mais ouvir, e por quer dessa pergunta isso faz uma dor surgir em meu peito.

- Como você sabe esse nome, e o que você quer dizer com essa pergunta?

- É sempre assim, ninguém escuta e fica pensativo, sempre me questionam.

- Não se preocupe meu caro amigo eu tive um deslumbre de seu futuro você ainda terá tempo.

Murioce se levanta apreensivo vai ate a janela e olha pela brecha da cortina para ver se tem algo de errado, o som dos animais já avia parado, mas os homúnculos ainda poderiam estar por la.
- O que vamos fazer agora? - pergunto para ele -

- Vamos sair pelo fundo, depois vamos sair dessa cidade imunda, não aguento mais esse cheiro.

Em quanto falava ele ia pegando algumas coisas pela casa, pegou vários pergaminhos que pela aparência devia tem centenas de anos, livros e algumas ampolas. Não perguntei nada sobre essas coisas, assim que terminou saímos rapidamente.
Corríamos pelas vielas da velha cidade passando por escorias, que quando nos viram correndo se assustavam. Quando estávamos quase saindo da velha cidade percebi que havia alguns homúnculos no osso encalço.

- Estamos sendo seguidos! - aviso ele, mas percebo que provavelmente ele já havia notado muito antes de mim -

- Sim, temos que dar um jeito de nos livrarmos deles antes de sai da cidade!

Fomos cada um para um lado, o grupo que nos perseguia se dividiram em dois grupos um veio atrás de mim e outro continuou atrás do Murioce. Rapidamente saquei o meu bastão e parei em um beco para enfrentar os meus perseguidores. Três deles pararam a uns seis metros de mim outros dois vieram em minha direção, um pulou por cima de mim me distraindo, quando chegou bem em cima virou um elefante, rapidamente desviei para a direita, mas não percebi o segundo chegando pelo mesmo lado, esse virou um tigre de bengala que pulou e bateu com a pata no meu peito fazendo três cortes profundo. Cai de joelho por causa da dor, mas me levantei rapidamente o homúnculo que havia virado o elefante tinha se transformado em um ratinho e vinha rapidamente em minha direção, ao chegar à minha frente tentei acertar ele, mas nesse momento ele se transformou em um gorila e me acertou uma pancada na cara, a minha visão ficou turva e perdi um pouca do censo de direção. Virei-me rapidamente para o mesmo, que novamente tentou me acertar, consegui desviar e o acertei-lhe uma pancada com o meu bastão, ele ficou um pouco tonto, peguei na sua cabeça e quebrei o seu pescoço, novamente ele voltou a sua forma original.
Ainda havia muitos homúnculos, Murioce também estava tendo problemas, não resistiríamos por muito mais tempo.

- Murioce...! - Gritei chamando ele, como se pedindo para ele fazer algo. -

Parece que ele entendeu o meu pedido, e num passe ele fez com que uma neblina muito densa subisse no meio da batalha, não era possível enxergar quase nada, mas eu podia sentir algo me guiando, sai correndo sem saber muito bem para onde e depois de alguns instantes eu já estava fora da neblina e quase fora da velha cidade, mas onde estava Murioce, eu não o via em lugar nenhum.
Penso em voltar, mas não adiantaria, pois não dava para enxergar nada, começo a gritar seu nome esperando por uma resposta, quando vejo uma luz saindo do meio da neblina e indo em direção ao céu, junto havia alguns pedaços de animais, logo imaginei que eram de alguns homúnculos. A luz rapidamente se apaga e percebo que era o próprio Murioce, ele começa a cair muito rápido e aparentava estar inconsciente, corro em sua direção tentando pensar no que fazer, mas ja era tarde, ele caiu e em cima de um velho barraco de madeira. Quando chego, o encontro muito machucado e bem pálido, a sua perna esquerda estava virada para traz, acredito que quebrada e havia pedaços de madeira fincados nos seus braços e na lateral do abdômen. Pego ele e o coloco no ombro, tenho que tirar ele desse lugar, mas só tem uma pessoa que poderia me ajudar agora e é Marcus, mas ele esta muito longe para chegar a tempo, só mi resta Samantha, espero que ela me receba.

terça-feira, 8 de março de 2011

A caçada - Em busca de uma verdade. Parte 4 - Entre lobos

Os quatro licantropos montaram guarda a noite toda, eu não sai da minha barraca para confirmar mas podia sentir os seus cheiros, algo que me incomodou a noite toda.
Quando amanheceu eu consegui ver as suas verdadeiras formas, eles me vigiaram ate o dia nascer, entre eles estava o primeiro que veio falar comigo um dia antes, do seu lado estava uma bela moça com os cabelos castanhos e encaracolados o qual tinha uma mecha grossa tampando o lado esquerdo do rosto, a pele queimada pelo sol, usava poucas roupas, mas contra posta a sua beleza havia  inúmeras cicatrizes, mas ainda me chamava a atenção. Mais ao fundo estavam dois homens enormes, pareciam ser russos ambos eram loiros com olhos claros. O homem baixinho vem em minha direção, seguido pela bela moça, me pergunto o que querem.

- Venha ate nos caçador, queremos apenas conversar!

Fui ate a barreira que nos separava, eu podia sentir o fedor deles, mas percebo que não é de carne humana.

- O que querem de mim monstros?- não me deixo intimidar pelos números deles.

- Não tenha tanta  prepotência  caçador, pois você esta sozinho e não tem a mínima chance contra nos. E além do mais esse é nosso território, você querendo ou não! 

Ele vinha com um ar calmo, e não se deixaria levar pelas minhas provocações.

- O que querem se não lutar?

- Nunca foi a nossa intenção lutar com você, só queríamos  saber quais as suas intenções. - disse a moça, olhando direto nos meus olhos, percebo que a mecha que cobre o seu lado esquerdo do rosto esconde algo

- Pois vamos conversar então.

Aproximo-me da barreira e fico cara a cara com o homem que falara comigo um dia  antes, ele fica de frente para mim, ele tinha os olhos profundos.

- Podemos confiar em você caçador?

Penso rapidamente na sua pergunta e antes de responder sinto uma coisa segurando no meu braço direito, era ele, de alguma forma passou pela barreira que nos separava e de forma abrupta sou puxado pra o seu lado do território e de forma rápida os quatro já haviam me imobilizado, tento me conectar com Joe, mas não consigo, o medo toma conta de mim.  




sábado, 29 de janeiro de 2011

A caçada - A grande biblioteca Parte 2

O cheiro fétido de excrementos humanos  se misturando com o fedor de cadáveres a muito mortos, em um cenário de casas destruídas, ruas cheias de ladrões e assassinos,  bêbados, prostitutas humanas e não humanas, um belo lugar para se morar, essa era a velha cidade um lugar oculto a sociedade mas não esquecida. Ela era como uma ferida que nunca sarava, cheia de pus e dor, como eu disse um belo lugar!

Ando pelas ruas tentando não chamar a atenção, mas era difícil, primeiro porque quem não estava machucado ou ferido, doente ou morto, já chamava a atenção e depois porque todo tipo de criatura que la se escondia já tinha sentido o meu cheiro. Pergunto a alguns moradores sobre o Murioce, mas toda vez que eu citava seu nome para alguém esse logo saia correndo ou me atacava praguejando. Logo deduzi que ele não era muito querido por la.
Não precisei procurar muito para achar Murioce, depois de meia hora de procura escutei muitos gritos e algumas explosões, comecei a ir em direção a batalha, pego meu bastão e me esgueiro pelas casas destruídas.
Quando estou chegando perto escuto algo passando por cima de mim, rapidamente me escondo de baixo de um batetente de porta, e o que vejo me deixou muito preocupado, quinze matadores do clã Phoneútria passaram rapidamente sem notarem a minha presença, para quem não sabe os matadores do clã Phoneútria são homúnculos, seres sem formas criados por magos para serem escravos, bem esses podiam assumir a forma que quisessem, por isso eram os melhores assassinos, mas o que estavam fazendo aqui.
Saio rapidamente no encalço deles, devem esta atrás de algo muito importante pois ignoraram totalmente a minha presença.
Depois de alguns metros vejo a área de batalha, tudo estava devastado, como isso fosse possível, os homúnculos atacavam de forma implacável um único cara, eles tomavam as mais diversas formas, leões, aranhas gigantes, e outros que eu nunca tinha visto, mas o seu alvo era forte, ele passava por entre os monstros com acrobacias e retalhando eles com uma faca, a qual a lamina era estendida por uma luz azul, um a um ele os destruía mas muitos ainda estavam vindo.
Sabendo que me arrependeria, saio em disparada em direção a batalha para ajudar.

- Venham suas masinhas de modelar sem forma! - foi o bastante para chamar a atenção de alguns.

Logo de cara um veio em minha direção, levantei o meu bastão para acerta-lo, nesse momento ele se transformou em um pássaro passando por de baixo do meu braço, em seguida em um gorila e se segurou em minha costa, mas antes que ele conseguisse me atacar, com um movimento rápido o puxei por cima da minha cabeça e o acertei com o meu bastão, pode ouvir o som de sua massa cefálica se esmagando, ou qualquer outra coisa que eles tenham na cabeça, volto acorrer em direção ao acrobata que já avia matado pelo menos mais quatro homúnculos. Eu consegui acertar mais três, penso se esse não poderia ser Murioce, mas logo esse pensamentos some junto com a investida que levei  de um elefante, fui jogado pelo menos uns sete metros antes de acertar uma parede. Caio no chão e vejo um enorme paquiderme vindo em minha direção tento me levantar mas estou zonzo, um pouco antes de me acertar escuto uma frase esquisita.

- Banana Split!

E uma luz forte surge me cegando, quando a minha visão voltou eu ja estava em um barraco, não muito longe de onde estava havendo a batalha pois ainda podia ouvir o som de muitos animais como num zoológico com as jaulas todas abertas, na minha frente estava aquele acrobata.

- Foi por pouco caçador. - Ele me fala dando um sorriso irônico - Mais um pouco você vira pasta de amendoim.

-Você é Murioce? - Pergunto a ele ainda meio zonzo.      

- O próprio, mas o que você estava fazendo mo meio da que la batalha. Ela não era sua.

Me levanto ja melhor e tento me localizar, era uma sala destruída, havia alguns moveis mas todos no mesmo estado que a sala.

- Eu estava a sua procura. - Ele me olha desconfiado  pega a sua fala e fica alerta. - Eu quero uma informação.

- É o que todos querem de mim, e sempre querem saber como matar mais, ser o mais forte, ser imortal, nunca muda.

- Eu não desejo nada disso Murioce.

- E o que você deseja saber então caçador? - Ele se senta em um sofá velho, bem, o que sobrou dele. - O que faz de você diferente dos outros?

Termino de me levantar e vou em sua direção.

- Preciso saber onde fica a Grande Biblioteca, e você foi o único que saiu de la e que sabe a sua localização.

Ele me olha com uma cara de surpresa, ele se levanta e me olha nos olhos como para saber se eu estava mentindo.

- Não desvie o olhar por nenhum segundo caçador, quem te mandou?

- Uma amiga.

- E as suas intenções, quais são?

- Como assim, eu só quero ajudar um amigo.

- E as intenções de seu amigo, quais são?

Fico sem resposta, não sabia como responder aquela pergunta, pois não sabia a situação de Marcus e nem como ele pretendia usar as informações que eu conseguisse. Mas eu conheço ele a um bom tempo para saber que ele era bom.

- Eu acredito que sejam boas.

Murioce fecha os olhos por um segundo, se senta novamente no velho sofá.

- Espere por uma hora caçador, eu preciso meditar sobre isso.

Eu o questiono.

- Mas eu tenho que me apressar, não sei a situação de meu amigo.

Ele ergue a mão, como quem manda uma criança se calar, abre os olhos e me reprende.

- Se você quer a minha ajuda terá que esperar caçador.

Ele novamente fecha os seus olhos, eu me sento no chão a alguns metros dele. Só espero que ele seja pontual  e que aqueles homúnculos não nos ache. A Marcus isso ira custar varias pizzas.