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sábado, 29 de janeiro de 2011

A caçada - A grande biblioteca Parte 2

O cheiro fétido de excrementos humanos  se misturando com o fedor de cadáveres a muito mortos, em um cenário de casas destruídas, ruas cheias de ladrões e assassinos,  bêbados, prostitutas humanas e não humanas, um belo lugar para se morar, essa era a velha cidade um lugar oculto a sociedade mas não esquecida. Ela era como uma ferida que nunca sarava, cheia de pus e dor, como eu disse um belo lugar!

Ando pelas ruas tentando não chamar a atenção, mas era difícil, primeiro porque quem não estava machucado ou ferido, doente ou morto, já chamava a atenção e depois porque todo tipo de criatura que la se escondia já tinha sentido o meu cheiro. Pergunto a alguns moradores sobre o Murioce, mas toda vez que eu citava seu nome para alguém esse logo saia correndo ou me atacava praguejando. Logo deduzi que ele não era muito querido por la.
Não precisei procurar muito para achar Murioce, depois de meia hora de procura escutei muitos gritos e algumas explosões, comecei a ir em direção a batalha, pego meu bastão e me esgueiro pelas casas destruídas.
Quando estou chegando perto escuto algo passando por cima de mim, rapidamente me escondo de baixo de um batetente de porta, e o que vejo me deixou muito preocupado, quinze matadores do clã Phoneútria passaram rapidamente sem notarem a minha presença, para quem não sabe os matadores do clã Phoneútria são homúnculos, seres sem formas criados por magos para serem escravos, bem esses podiam assumir a forma que quisessem, por isso eram os melhores assassinos, mas o que estavam fazendo aqui.
Saio rapidamente no encalço deles, devem esta atrás de algo muito importante pois ignoraram totalmente a minha presença.
Depois de alguns metros vejo a área de batalha, tudo estava devastado, como isso fosse possível, os homúnculos atacavam de forma implacável um único cara, eles tomavam as mais diversas formas, leões, aranhas gigantes, e outros que eu nunca tinha visto, mas o seu alvo era forte, ele passava por entre os monstros com acrobacias e retalhando eles com uma faca, a qual a lamina era estendida por uma luz azul, um a um ele os destruía mas muitos ainda estavam vindo.
Sabendo que me arrependeria, saio em disparada em direção a batalha para ajudar.

- Venham suas masinhas de modelar sem forma! - foi o bastante para chamar a atenção de alguns.

Logo de cara um veio em minha direção, levantei o meu bastão para acerta-lo, nesse momento ele se transformou em um pássaro passando por de baixo do meu braço, em seguida em um gorila e se segurou em minha costa, mas antes que ele conseguisse me atacar, com um movimento rápido o puxei por cima da minha cabeça e o acertei com o meu bastão, pode ouvir o som de sua massa cefálica se esmagando, ou qualquer outra coisa que eles tenham na cabeça, volto acorrer em direção ao acrobata que já avia matado pelo menos mais quatro homúnculos. Eu consegui acertar mais três, penso se esse não poderia ser Murioce, mas logo esse pensamentos some junto com a investida que levei  de um elefante, fui jogado pelo menos uns sete metros antes de acertar uma parede. Caio no chão e vejo um enorme paquiderme vindo em minha direção tento me levantar mas estou zonzo, um pouco antes de me acertar escuto uma frase esquisita.

- Banana Split!

E uma luz forte surge me cegando, quando a minha visão voltou eu ja estava em um barraco, não muito longe de onde estava havendo a batalha pois ainda podia ouvir o som de muitos animais como num zoológico com as jaulas todas abertas, na minha frente estava aquele acrobata.

- Foi por pouco caçador. - Ele me fala dando um sorriso irônico - Mais um pouco você vira pasta de amendoim.

-Você é Murioce? - Pergunto a ele ainda meio zonzo.      

- O próprio, mas o que você estava fazendo mo meio da que la batalha. Ela não era sua.

Me levanto ja melhor e tento me localizar, era uma sala destruída, havia alguns moveis mas todos no mesmo estado que a sala.

- Eu estava a sua procura. - Ele me olha desconfiado  pega a sua fala e fica alerta. - Eu quero uma informação.

- É o que todos querem de mim, e sempre querem saber como matar mais, ser o mais forte, ser imortal, nunca muda.

- Eu não desejo nada disso Murioce.

- E o que você deseja saber então caçador? - Ele se senta em um sofá velho, bem, o que sobrou dele. - O que faz de você diferente dos outros?

Termino de me levantar e vou em sua direção.

- Preciso saber onde fica a Grande Biblioteca, e você foi o único que saiu de la e que sabe a sua localização.

Ele me olha com uma cara de surpresa, ele se levanta e me olha nos olhos como para saber se eu estava mentindo.

- Não desvie o olhar por nenhum segundo caçador, quem te mandou?

- Uma amiga.

- E as suas intenções, quais são?

- Como assim, eu só quero ajudar um amigo.

- E as intenções de seu amigo, quais são?

Fico sem resposta, não sabia como responder aquela pergunta, pois não sabia a situação de Marcus e nem como ele pretendia usar as informações que eu conseguisse. Mas eu conheço ele a um bom tempo para saber que ele era bom.

- Eu acredito que sejam boas.

Murioce fecha os olhos por um segundo, se senta novamente no velho sofá.

- Espere por uma hora caçador, eu preciso meditar sobre isso.

Eu o questiono.

- Mas eu tenho que me apressar, não sei a situação de meu amigo.

Ele ergue a mão, como quem manda uma criança se calar, abre os olhos e me reprende.

- Se você quer a minha ajuda terá que esperar caçador.

Ele novamente fecha os seus olhos, eu me sento no chão a alguns metros dele. Só espero que ele seja pontual  e que aqueles homúnculos não nos ache. A Marcus isso ira custar varias pizzas.